ra tarde da noite. Izumi estava deitado no teto da sua casa observando o céu estrelado — ou pelo menos tentando no meio de toda aquela névoa. Seu teste de graduação para Genin tinha sido marcado para o dia seguinte, e o garoto apesar de estar confiante de que não falharia estava refém da sua ansiedade na mesma medida, imaginando o vexame que seria ser reprovado naquela situação. Precisava honrar o nome da sua mãe dando o melhor de si sempre que fizesse algo, então falhar, apesar de ser um desfecho possível, era algo que não poderia acontecer. Repassou mentalmente todas as coisas relevantes que aprendeu na Academia, fazendo anotações em sua mente daquelas que achava mais importantes para que no teste do dia seguinte não se esquecesse de nada. Estava tão concentrado naquilo que acabou por adormecer ali mesmo, deitado no telhado.

E enfim, tinha chegado o dia. Apesar de não ter dormido confortavelmente em seu quarto, Izumi sentia como se pudesse cuspir fogo de tanta animação para aquele teste. Como dito, foi avisando antecipadamente de quando e onde ocorreria o teste de admissão. Pois bem, o jovem se aprontou com antecedência, guardando seus equipamentos devidamente e se alimentando de uma forma que não deixasse a desejar em nada. Quando estava se aproximando da hora marcada, saiu de casa se despedindo dos seus tios, que o desejaram sorte. Dito isso, Izumi foi incrivelmente pontual. Justamente no horário marcado ele chegou no Campo de Treinamento, e antes de se aproximar do professor que estaria lhe testando, foi obrigado a diminuir o ritmo. Não queria parecer que era uma criança brincando de ninja, portanto consertou sua postura e se apresentou após avançar em passos pequenos.

— Bom dia, sensei. Sou... Kanesada Izumi.

avaliador diante de Izumi não deixou brechas para perguntas. Assim que o jovem se aproximou já foi recebido com as informações do que precisaria fazer e por sinal, não parecia ser algo difícil — ao menos na teoria —. Izumi é bastante racional sempre que pode, portanto não conseguiu evitar avaliar mentalmente a sua situação ali. Primeiro de tudo, estaria lidando com um ninja bem mais habilidoso e experiente. Isso por si só já era algo que poderia fazer com que a determinação do jovem fosse abalada. Mas aí entra o objetivo daquilo tudo. Ambos não gostariam de perder seu precioso tempo para acabar em reprovação. O sensei não pegaria leve, afinal era o que esperava, porém na mesma medida também não daria tudo de si. Um embate sério ali era uma situação completamente irreal, logo Izumi tinha sim chances de concluir seu desejo ao levantar aquela manhã.

-- V-vamos começar então.

Se torna necessário explicar uma coisa sobre a timidez de Izumi. Ela se dá devido aos traumas que passou na infância. Por conta disso, ele prefere não desenvolver muito as interações com outras, não porque não sabe, mas porque seu medo latente de passar por aquilo de novo lhe impede. Por isso ele passa essa aura de garoto tímido — que no fim das contas ele é um pouco mesmo —, o que pode chocar alguns sobre o seu modo de agir quando precisa. Apesar dos seus medos, Izumi é bastante focado quando o assunto se torna ser eficiente numa tarefa. Isso sempre lhe rendeu bons elogios, pois diziam que era uma característica muito boa para bons shinobi e, para aquele dia, sua tarefa era tomar a bandana do seu avaliador.

"Eu era o aluno com a maior reserva de energia do meu ano, então posso tentar fazer valer algumas estratégias mais elaboradas com técnicas básicas sem comprometer muito minha energia. Pois bem... Vamos lá."

O primeiro passo de Izumi foi dar dois saltos para trás. Por quê? Bom, imaginava que seu avaliador estava querendo mesmo era ver como ele aplicava o que aprendeu na Academia em um desafio de verdade, então essa recuada dá uma pequena impressão de cautela, passando a imagem de um Izumi preocupado com possíveis ameaças. Entre os dois saltos, o jovem aproveita para retirar dos seus equipamentos uma kunai, que ele joga exatamente à frente de si, no chão.

-- Bunshin no Jutsu!

E então ele anuncia o primeiro dos seus movimentos de verdade. Como dito, Izumi possuía uma reserva de energia bem grande para alguém da sua idade, e ele faz valer isso ao conjurar não três clones, mas sim setenta e cinco clones ilusórios. Isso mesmo, 75 clones, o que evilante ao uso de 25 técnicas de clonagem, e por mais incrível que pudesse aparecer para quem apenas observava, o garoto não estava nem perto de estar esgotado. Não, ele estava apenas por começar. Estava dentro dos seus planos que o sensei agisse conforme a falta de intenção ofensiva naquele jutsu ignorando a maioria dos ataques. Assim como também estava dentro dos seus planos o caso dele tentar destruir todas as réplicas em um só movimento. Porém é como dito antes: ambos estão ali para que Izumi seja aprovado. A sua garantia era que o teste foi pensado para que ele obtivesse sucesso, e feito isso, Izumi se camufla em meio a tantos clones, numa estratégia óbvia e bastante reconhecida.

O grupo de 75 clones, com Izumi ainda parado na frente da sua kunai, formando um tipo de barreira ao redor deste. E então, de uma hora para outra, todos começam a gritar de euforia ao mesmo tempo, no que avançam para atacar o alvo ao centro. No meio de toda essa bagunça, o esperado é que o Izumi verdadeiro procure a brecha perfeita para atacar, certo? Sim, está completamente certo. O fato é que com tantas réplicas, se torna praticamente impossível manter a sua atenção completamente voltada para aquele ser parado, que não esboça nenhum movimento desde o último jutsu que realizou. Uma verdadeira distração, como pode ser dita. Porém aqui entra o verdadeiro plano de Izumi.

Assim que ele se clonou várias vezes, e movimentou as réplicas para rodearem seu instrutor, ele aproveita a movimentação constante para que ele próprio se misture com os demais clones, enquanto deixa um duplo para trás, na sua posição de antes. Um ninja eficiente notaria a diferença do Bunshin para o verdadeiro, porém com tantos clones Izumi procurava dificultar essa percepção. Feito isto, o amontoado de clones pressiona o instrutor, em ataques claramente inofensivos e, quando finalmente encontra a chance, o Izumi verdadeiro se esgueira entre suas réplicas para chegar por trás do sensei e puxar o nó da sua bandana, desenrolando-a e puxando-a em um só movimento. Quando finalmente conseguir cumprir seu plano, ele desfaz a técnica de clonagem, deixando para trás somente uma kunai que serviu de ponto mais importante da sua distração.

Equipamentos utilizados:

Técnicas utilizadas:

energia: