[FF] A while after Naruto

[FF] A while after Naruto14/1/2020, 10:26 pm

A while after Naruto, the lost world

P R E L Ú D I O

O mundo estava partido. O que outrora havia sido uma imagem repleta de união e alegria mundial, era agora uma imagem desfeita, um espelho partido no maior número de pedaços. Chuvas intensas e ácidas banhavam o mundo por dias, seguidos de dias de sol intenso que fazia a temperatura subir acima dos cinquenta graus. Terramotos deformavam a terra para que fosse reconstruída. Tsunamis invadiam as ilhas e as encostas levando tudo o que podia ser levado e destruindo tudo o que não podia.

Não tardou até que o mundo estivesse destruído. Não foi preciso uma guerra, não foi preciso uma doença, foi vontade de alguém superior, talvez o Deus de todos nós. Contudo, ainda havia esperança. Entre mortos e feridos, alguém tinha escapado. Distribuídas pelo mundo, várias pessoas sobreviveram nas maiores dificuldades. Crianças, mulheres, idosos, homens e até shinobis. Limpou-se o mundo, deixando-se os átomos que nunca podem ser limpos para que algo novo e melhor fosse construído.

[ 13 anos depois... ]

Mais de uma dúzia de anos se passaram desde as sequências de catástrofes naturais que destruíram o mundo. Um acontecimento ainda bem presente, mas que a pouco se ia esquecendo e deixando para trás. Havia esperança, vontade e pessoas para isso. Embora divididas pelo mundo fora, já muita coisa boa tinha acontecido nesses treze anos. Vilas e países estavam a reerguer-se aos poucos. Voltar à era medieval é sempre difícil para quem não a viveu, mas estava tudo a ser possível.

Era sabido que algumas vilas já estavam a reconstruir e a avançar muito bem. O País da Rocha e do Vento estavam a reerguer-se bastante rápido, assim como as vilas de eleição que a eles pertenciam, Iwagakure no Sato e Sunagakure no Sato. Foram zonas menos afetadas por estarem longe do litoral. A essas, embora mais pequenas, juntavam-se o País do Pássaro, da Chuva e da Grama, assim como as vilas de Amegakure no Sato e Kusagakure no Sato. Todas essas vilas já até tinham lançado notas de apoio e acolhimento a pessoas que ainda não se tinham recomposto. Era uma boa forma de marketing e de recrutar pessoas.

De forma mais lenta, erguiam-se o País do Rio, da Cachoeira, dos Campos de Arroz, do Som, do Fogo, das Fontes Termais, do Pântano, do Trovão e da Floresta. Assim como as respetivas grandes vilas desses países, Takumigakure no Sato, Takigakure no Sato, Ottogakure no Sato, Yugakure no Sato, Konohagakure no Sato e Kumogakure no Sato. Algumas estruturas já se tinham levantado, mas ainda estavam num nível muito rudimentar e trivial. Havia rumores de que o País da Água e Kirigakure no Sato, assim como todas as vilas em volta, tinham sido totalmente destruídas, mas ninguém podia confirmar ou negar isso.

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Eiengakure no Sato, 永遠

No meio de todos esses grandes nomes, havia um novo nome desconhecido e a surgir. Eiengakure no Sato, a vila da Eternidade. Totalmente desconhecidos para o resto do mundo e totalmente inconscientes sobre a sua localização no mundo. Algures rodeados por floresta e mar, num canto do mal. Esta vila nasceu oito anos após a destruição mundial, reerguida por um homem chamado Kiichi Uchiha, que, por infelicidade da vida, perdeu toda a sua família durante esse evento. Não sabe se morreram ou se estão vivos, apenas que sabe que nunca mais os viu. Adicionalmente a esse infortúnio, este senhor ficou também paraplégico, agarrado a uma cadeira de rodas para o resto da vida mas com um grande poder no seu rosto.

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Re: [FF] A while after Naruto14/1/2020, 11:49 pm

STATUS DAS VILAS E RESPETIVOS PAÍSES

País da Rocha | Iwagakure no Sato: agora localizada num vale entre as montanhas, onde nasce um pequeno rio que acaba por desaguar no mar. Devido ao seu fácil acesso às rochas, aos minerais e à água, Iwagakure é uma cidade reerguida com estruturas agora em pedra na sua totalidade. As principais estruturas da vila para o mundo shinobi já estão totalmente terminadas e funcionais, mas muitos dos seus habitantes ainda habitam em tendas, porque as casas estão a ser reconstruídas.

População: 673 pessoas, entre elas, 288 shinobis.
Alianças: País do Vento | Sunagakure no Sato.
Responsável da vila: Shodaime Tsuchikage.

País do Vento | Sunagakure no Sato: a grande muralha que rodeava a vila manteve-se intacta, mas tudo o que estava dentro da mesma foi totalmente devastado. Devido à sua aliança com Iwagakure no Sato, tem tido acesso a um grande número de recursos que tem ajudado à reconstrução da vila. Toda a areia a que têm acesso, mais a pedra e a água tem levado a que fossem construídas estruturas em pedra e cimentadas. Muito dos habitantes ainda partilham casa ou habitam em tendas, mas tudo parece encaminhado.

População: 480 pessoas, entre elas, 401 shinobis.
Alianças: País da Rocha | Iwagakure no Sato.
Responsável da vila: Shodaime Kazekage.

País da Chuva & Grama | Ame to Kusa no Sato: a união do País da Chuva com o País da Grama tem dado frutos suficientes para se tornarem uma só nação e conseguiram se apresentar ao nível dos grandes países. Sendo atualmente a vila com mais poderio militar e encontrando-se no meio desses grandes países com enormes recursos naturais, tem sido possivelmente reerguerem-se rapidamente como um só. Recuperando o poderia industrial de Amegakure e através do poderio de diplomacia e de negociar de Kusagakure, este país e vila governam atualmente o mercado de exportação de vários tipos de produtos, sendo também o país mais rico do mundo shinobi.

População: 611 pessoas, entre elas, 454 shinobis.
Alianças: -X-.
Responsável da vila: Shodaime Ame to Kusa Kage.

País do Rio | Takumigakure no Sato: uma vila tranquila localizada entre a floresta e junto de um rio. Devido à quantidade de rios que passaram a atravessar este país, assim como os lagos e as lagoas que o formam, foi possível o crescimento de vários tipos de algas medicinais e de plantas venenosas, então este país se desenvolveu através do fabrico de produtos com recurso a esse tipo de plantas e algas. Desenvolveram-se muito na área de medicina, tendo muitos shinobis especializados como médicos. A sua aliança a Konoha tem permitido o desenvolvimento da vila e o comércio destes produtos, embora de forma mais vagarosa, já é possível ver alguns edifícios a ser construídos e muralhas a ser levantadas.

População: 210 pessoas, entre elas, 120 shinobis.
Alianças: País do Fogo | Konohagakure no Sato.
Responsável da vila: Shodaime Takumikage.

País do Fogo | Konohagakure no Sato: apesar da sua localização ter mudado, o ambiente que rodeia esta vila é o mesmo. A sua reaparição é recente, então cresceram muito em pouco tempo, mas ainda não estão ao nível de uma grande nação. Muralhas parcialmente preenchidas, infraestruturas shinobis funcionais, mas as casas para os seus habitantes ainda num estado muito inicial. O maior destaque de Konoha vai para o facto de ser o local onde se realiza o maior comércio entre vilas, sendo então algo que dá muito dinheiro à vila.

População: 561 pessoas, entre elas, 389 shinobis.
Alianças: País do Rio | Takumigakure no Sato.
Responsável da vila: Shodaime Hokage.

País do Cachoeira | Takigakure no Sato: uma vila comum que, tal como Takumigakure no Sato, se encontra situada no meio da floresta. Têm acessos a muitos recursos naturais e a água, então isso tem facilitado o seu crescimento. Não se destacando em praticamente nada, é, de igual forma, possível ver alguma funcionalidade a nível de infraestruturas nesta vila de momento, embora as suas muralhas ainda estejam muito perto do chão.

População: 256 pessoas, entre elas, 142 shinobis.
Alianças: -X-.
Responsável da vila: Shodaime Takikage.

País do Som | Otogakure no Sato: querendo seguir o mesmo tipo de vila possuído anteriormente, reconstruíram então uma entrada para o subterrâneo com algumas muralhas e proteções em volta. Devido a nunca ninguém ter visto a vila por dentro, não se sabe muito do seu estado, mas acredita-se que esteja a desenvolver bastante bem, dado o elevado número de cidadãos e a rapidez com que a ergueram a entrada da vila, assim como os materiais usados, que têm bastante qualidade.

População: 598 pessoas, entre elas, 531 shinobis.
Alianças: -X-.
Responsável da vila: Shodaime Otokage.

País do Trovão | Kumogakure no Sato: mantendo-se no cimo das montanhas, Kumogakure no Sato parecia mostrava algum desenvolvimento. Algumas muralhas levantadas, mas as montanhas faziam o trabalho por si só. Bastantes casas para os seus habitantes, mas estruturas ninja ainda bastante rudimentares e não funcionais. Não tinham grandes relações com outras vilas, procurando ser autónomos e independentes.

População: 481 pessoas, entre elas, 323 shinobis.
Alianças: -X-.
Responsável da vila: Shodaime Raikage.

País das Fontes Termais | Yugakure no Sato: os acontecimentos trágicos até que foram bons para esta vila, pois a nova estrutura da sua terra permitiu com que a vila se tornasse maior e com mais defesas. Tem atraído muita gente devido às fontes termais e a todo tratamento medicinal que pode estar envolvido. Muitos ninjas de Takumigakure no Sato visitam esta vila regularmente para fazer alguns estudos. Muralhas levantas, mas casas para os habitantes da vila e estruturas ninja ainda muito pobres.

População: 213 pessoas, entre elas, 97 shinobis.
Alianças: -X-.
Responsável da vila: Shodaime Yugakage.

Eiengakure no Sato: embora a sua localização e existência seja desconhecida para o resto do mundo, encontram-se no centro do mundo, algures junto à frente do País do Fogo com Ame to Kusa no Sato, com ainda um pequeno acampamento. O número de pessoas não é muito, muitos só param lá por dias para descansarem e caminharem até outra vila. Todos os habitantes dormem em tendas e não tem ainda qualquer tipo de proteção, pois é uma vila recente, que ainda se está a encontrar no mundo e a descobrir os recursos que tem ao seu alcance.

População: 54 pessoas, entre elas, 16 shinobis.
Alianças: -X-.
Responsável da vila: Kiichi Uchiha (Líder).

País da Água | Kirigakure no Sato: estado desconhecido.

População: Desconhecida.
Alianças: Desconhecida.
Responsável da vila: Desconhecida.

Re: [FF] A while after Naruto14/1/2020, 11:50 pm

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Re: [FF] A while after Naruto14/1/2020, 11:50 pm

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Re: [FF] A while after Naruto14/1/2020, 11:50 pm

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Re: [FF] A while after Naruto19/1/2020, 8:07 pm

A while after Naruto, the lost world

C A P Í T U L O | 1
Depois da tempestade, vem a bonança

Muitos podiam achar que a reconstrução do mundo era boa, pela limpeza de tudo o que era de mau, porque isso podia juntar pessoas e tudo mais, mas estava longe de ser verdade. É verdade que o erguer do mundo juntava pessoas, mas não por alegria ou felicidade, mas pelo interesse que todos tinham em comum, a sobrevivência. Quando parecesse seguro, essa união desaparecia. Esta época fazia aumentar a ganância e o egoísmo nas pessoas e na vontade de crescer que elas tinham. Isso notava-se perfeitamente nas vilas, que queriam assumir grandes lugares no mundo e recolocaram-se como grandes vilas ou então simplesmente aparecerem como uma nova grande vila. Havia rumores que muitas vilas estavam a recrutar pessoas em grande escala, prometendo-lhes abrigo, segurança e sobrevivência e, em troca, essas pessoas só tinham que lutar pela vila, tornarem-se ninjas, muitas delas sem capacidades de lutar porque, no seu corpo, simplesmente não existia chakra. Crianças e mulheres eram submetidas a isso, desde que tivessem capacidade física para isso. Os únicos que podiam ter alguma paz eram os mais velhos, mas ainda assim eram obrigados a partilharem a sua experiência com os mais novos, para que pudessem formar-se ninjas mais capazes e experientes. Isso era aonde levava a reconstrução do mundo e eram poucas as vilas que fugiam disso…

[ Eiengakure no Sato ]

— Kiichi-sama, venha depressa, mais uma criança. Daichi ficou com ela à entrada do acampamento. — dizia um jovem adulto de cabelos castanhos curtos, olhos escuros e manchas escuras sobre os olhos para o líder da vila, Kiichi Uchiha, um homem adulto, que acabou paraplégico e numa cadeira de rodas por culpa de uma grande queda no meio do fim do mundo. Um homem de cabelo preto desgrenhado com franja que paira sobre os olhos pretos e sem cílios, e emoldura os dois lados do rosto e vincos pronunciados sob os olhos. — Outra?! Ryotaro, encontre a Saionara e a leve até lá, entretanto eu já lá estarei. — comandava Kiichi, enquanto colocava as mãos nas rodas da sua cadeira e as rodava para fora da sua tenda, em direção à entrada do acampamento.

Eiengakure não tinha crescido muito, entretanto. Continuava como um acampamento, um grande acampamento no meio da floresta, onde várias pessoas passavam, paravam por uns dias e depois seguiam viagem. Muitas delas se aproveitavam um pouco da disponibilidade e bondade das pessoas, mas a verdade é que todos procuravam sobreviver e eram poucos os que acreditavam que este acampamento ia chegar a algum lado no futuro. Muitos diziam que ela acabaria por ser destruída por alguma outra vila maior ou então ia ser saqueada por ninjas ladrões sem vila. Contudo, já estavam ali há cerca de cinco anos e nunca nada tinha acontecido, até então pelo menos.

— Kiichi-sama, é a terceira criança que aparece na nossa vila em menos de uma semana. — disse um dos habitantes da vila. De facto, era a terceira criança que aquela vila acolhia em menos de uma semana. Uma das crianças devia ter apenas uns quatro anos, a outra já era um pouco mais velha, com oito anos, ainda assim eram muito novos para ficarem sem pais e andarem perdidas num mundo ainda mais perdido, sendo sequer incapazes de falarem sobre o que lhes tinha acontecido e de tudo o que tinham visto. A criança estava um pouco ferida e apareceu agarrada a um pequeno cão. Um Inuzuka, certamente, pensou Kiichi. Daichi, um dos ninjas da vila, carregava-o nos braços. Daichi era um jovem de estatura média e cabelos grisalhos de comprimento médio, virados para a esquerda e olhos azuis. O garoto nos seus braços devia ter uns três ou quatros anos também, tal como a primeira criança que tinha aparecido, ele tinha olhos e cabelos negros, grisalhos e vestia apenas um fato ninja que cobria todo o seu corpo, juntamente com sandálias shinobis. Nos braços deste pequeno, um, também pequeno, cachorro de pelugem ruiva com uma cor bege na parte de baixo do seu corpo. — Esse menino deve ter passado por muito. Pouse-o no chão, Saionara deve chegar entretanto com Ryotaro. — ordenou, enquanto continuava a ir na direção do menino.

Os ferimentos do garoto pareciam bastante tratáveis, exceto um que ele carregava no rosto, do lado esquerdo, logo abaixo do olho. Parecia um golpe fundo, feito por um objeto longo e afiado, certamente deixaria uma cicatriz que ele teria de levar com ele para toda a vida. As poucas pessoas que viviam ali naquele acampamento começavam a rodear o líder, a criança e o homem que a carregava, num instante se montou um aglomerado de gente que chamava a atenção. Os ninjas da vila se aproximaram para afastar as pessoas e abrirem espaço para Saionara, uma ninja médica, uma mulher de pele clara e corpo esbelto, longos cabelos negros que vão até à parte superior das costas e os seus olhos únicos, de cor vermelha, com um anel adicional neles. Ela se aproximou do garoto e tirou logo as suas conclusões à primeira vista. — Ele parece estável, mas tem alguns ferimentos que precisam de mais atenção. — disse, enquanto colocava as suas mãos sobre o peito do menino e fazia uma aura esverdeada com aspeto curandeiro aparecer nelas, que começava a dar um melhor aspeto ao menino. — E o cachorro, Saionara? — perguntou Kiichi, receando que o cachorro não estivesse tão bem quanto o seu dono. — Eu não vi o estado do cachorro, mas está a respirar. A criança não… hã?! Você acha que ele?! — disse Saionara, parando de falar quando percebeu de imediato o que o seu líder estava a querer dizer e focando-se também em verificar o estado do cachorro. — Sim, certamente ele é um Inuzuka. Carrega um cachorro com ele, dentes afiados e o crescimento do cachorro é proporcional ao dele, caso contrário já seria um cão adulto. Ele deve ter vindo de Konoha, tal como eu. — explicou Kiichi. O que aquele garoto teria passado ninguém sabia e provavelmente nunca se saberia, porque devia estar tão traumatizado que não seria capaz de falar sobre isso.

Por alguns minutos, toda a gente ficou por aí observando o que se passava com aquele garoto enquanto o líder debatia algumas coisas pouco relevantes com os seus subordinados. — Ele parece bem para já, Kiichi-sama, devemos levá-lo para junto das outras crianças e tratá-lo lá? — perguntou Saionara. O garoto realmente parecia melhor. A sua cara estava menos pálida e alguns dos arranhões que ele tinha já tinham desaparecido. O cachorro também aparentava estar bem, mas continuava inconsciente, tal como seu dono. — Sim, leve-o para a tenda das outras crianças e tratem dele lá. Daichi, acompanhe-a. Estarei lá em alguns minutos. — ordenou Kiichi, sempre com o seu jeito amigável e educado, como se não estivesse a dar uma ordem, mas sim a fazer um pedido. A multidão acabou por dispersar após Daichi e Saionara terem saído dali. Todos voltaram para as suas tendas e ao seu quotidiano habitual. A manhã tinha começado de forma atribulada naquele pequeno local.

O garoto tinha sido transportado para a tenda, onde era possível ver outras duas crianças, as crianças que, da mesma forma, tinham surgido no acampamento durante os dias anteriores resgatadas pelos ninjas que tratavam do patrulhamento e policiamento. Uma delas, a mais velha, tinha uma grande cicatriz de queimadura no rosto, que atravessava a ponta do nariz e descia pelo lado direito do rosto. Tem cabelos castanhos espetados e olhos escuros. O nome dele era Isao Namiashi, tinha cerca de oito anos e não sabia muito bem o que lhe tinha acontecido, apenas que um dia acordou e estava perdido na floresta, a dormir encostado a uma árvore, sem saber dos seus pais ou de qualquer outro familiar. O segundo garoto tinha, da mesma forma, vindo de Konoha, o nome dele era Hayato Yamanaka, um jovem de cabelo ruivo e cor âmbar. Outro garoto que também não fazia ideia do que tinha acontecido, mas como tinha apenas quatro anos, a sua inocência era grande o suficiente para não ter percebido. — Deite-o nessa cama, Daichi. — disse Saionara, apontando para a cama que ela se referia. Depressa pegou um kit médico e começou a tratar dos ferimentos na cara do garoto. Daichi pegou no cachorro e o embrulhou numa manta, ele parecia tremeu um pouco, podia ser do frio, visto que não estava propriamente um dia de calor, e deitou-o junto do corpo do seu dono. Eles deviam ser melhores amigos desde sempre e assim devia continuar, pois iriam ter de lutar juntos se assim o destino o quisesse. — Quem diria que iríamos ser presenteados com mais três crianças tão rapidamente. — disse Kiichi, contente, enquanto entrava na tenda dos três garotos que tinham aparecido recentemente na vila. Os outros dois meninos estavam um pouco assustados num dos lados do acampamento, eles ainda não estavam muito habituados às pessoas e a muita gente, então tinham um pouco de medo ainda e ver alguém tão novo ferido não era algo que os confortasse. — Como isso poder ser bom, senhor? — perguntou Daichi, não entendendo a alegria do homem paraplégico que comandava a vila. — É verdade que estas crianças estão a sofrer sem ter culpa e sem merecer, mas as crianças são a esperança do novo mundo, elas é que irão continuar o trabalho que temos feito até aqui, elas são a esperança de todas as vilas, mas principalmente da nossa vila. — explicou Kiichi, com palavras emocionantes e inesperadas, deixando os dois ninjas que estavam ali com eles surpresos com aquela resposta. — Hã?! Vila?! O que você quer dizer? — perguntou Saionara, com um olhar muito surpreso, como já tivesse percebido o que ia acontecer a seguir. — É isso mesmo! Reúnam todos. Eu tenho um anúncio a fazer. — pediu Kiichi. — Daichi, vá. Reúna todos no centro do acampamento a meu pedido. Eu ficarei aqui com Saionara enquanto ela acaba de ajudar o garoto. — ordenou Kiichi. Daichi desapareceu rapidamente dali, indo de tenda em tenda pedindo que todos aparecessem no centro da vila dentro de alguns minutos. — Kiichi-sama, você vai fazer aquilo que sempre disse que nunca faria e que sempre foi contra, não vai? — perguntou, de forma dócil, a perspicaz Saionara que já tinha percebido tudo o que iria acontecer. — Eu vou. Estas crianças são um sinal para mim que isso deve ser feito. Nós ainda não temos poder suficiente, mas isto tem de ser feito para que, no futuro, possamos ser uma vila shinobi segura. — explicou Kiichi, mais uma vez sem anunciar na totalidade o que ele ia fazer. — Eu esperarei por você, avise-me quando estiver pronta. — disse então o líder da vila para Saionara, que lhe acenou com a cabeça e continuou o seu trabalho. Enquanto isso, o homem se aproximou dos garotos assustados lentamente e conversou e brincou um pouco com eles, tentando fazê-los ganhar confiança e perderem o medo e assim foi por alguns minutos.

— Este garoto ficará aqui com uma bela cicatriz para o futuro. As garotas irão amar. — afirmou Saionara, num jeito de brincadeira. — Certamente que as garotas irão amá-lo. A ele e a estes garotos aqui no meu colo. — disse Kiichi, enquanto brincava com os meninos que estavam no colo dele, fazendo algumas cócegas. — Estou pronta, podemos ir. — anunciou a mulher. — Vocês querem vir, meninos? Prometo que não sairão do meu colo. — perguntou e prometeu o líder da vila aos meninos que agora não pareciam tão assustados. Eles acenaram com a cabeça, respondendo que sim. Saionara empurrava a cadeira do seu líder e a cara daqueles meninos quando viram novamente a luz do dia foi maravilhosa. Nos seus olhos, havia agora um sentimento de felicidade e não mais de medo. A partir de agora, eles podiam ver o mundo lá fora de forma diferente. Os seus olhos abriam-se como nunca tinham aberto e a sua boca abria-se de espanto. Eles estavam encantados, por momentos o mundo não parecia tão mau.

A caminhada para o centro do acampamento não demorou muito, afinal não era assim tão extenso. Em cerca de um minuto e pouco mais que isso eles se colocaram no meio de todas as pessoas que estavam ali a habitar. Kiichi começou então o seu discurso e tão esperado anúncio. — Pedi para que vos reunissem aqui a todos para anunciar uma coisa. Eu sei que sempre fui contra o que vou dizer, mas as crianças que apareceram e as outras que já cá estavam abriram-me a mente. Eles são os nossos descendentes e devem continuar com o nosso trabalho, contudo devem podê-lo fazer de uma forma mais segura e tranquila, sabendo defender-se e não andarem perdidos pelo mundo fora sem saber o que fazer como nós andamos, porque, no final de contas, nas nossas vidas antes de tudo acontecer, nós tínhamos tudo. Essas crianças são a esperança deste novo mundo perdido e, portanto, devemos investir nelas. Elas são a nossa esperança, o nosso futuro e do mundo. — começou então com uma pequena introdução. Após isso, fez uma pequena pausa e continuou. — Com isto quero dizer que deixaremos de ser um pequeno acampamento e aparecemos como uma nova vila. A partir de hoje, somos uma vila shinobi. Somos Eiengakure no Sato. — com isto, algumas palavras de dúvidas e incertezas começaram a ouvir-se. Pessoas a dizerem que não tinham capacidade para isso ainda, que tinham poucos habitantes e poucas pessoas que sabiam lutar. — Todas essas preocupações que têm são válidas. É verdade que somos poucos e temos poucas pessoas que podem ser consideradas ninja, mas cresceremos. Seremos mais credíveis e faremos os que cá passam, acreditarem em nós e no nosso potencial e quererem cá ficar. Um dia, seremos conhecidos no mundo como os que nasceram do nada, pois nós criamos tudo do nada, tudo o que tínhamos era terra. Fizemos as nossas próprias tendas e tudo o que temos até agora foi conseguido por nós. Eu acredito que vamos conseguir. — prosseguiu o líder da vila. As pessoas calaram-se, pareciam mais confiantes e convencidos. Aquele homem, de facto, para além do dom da eloquência, tinha tudo o que era preciso para ser um líder. Ele conseguia convencer facilmente as pessoas e tinha uma determinação maior que o mundo. — Para conseguir ir isso, eu estou a tornar-nos uma vila com um nome. Porém, para sermos uma vila ninja, precisamos de shinobis e estatutos. Portanto, eu estou integrando nesta vila o sistema shinobi tradicional. — com estas palavras, ele chamou a atenção de toda a gente. Ninguém duvidou mais das intenções dele para a vila e do quanto ele acreditava nela. Todos queriam seguir a sua vontade e fazerem parte das pessoas que fundaram aquela vila. Eram poucos, mas os suficientes para se erguerem perante o novo mundo. — Então, eu entregarei neste momento o estatuto de cada um de vocês de acordo com as vossas habilidades. — continuou. Os ninjas da vila começaram a ficar intrigados com o que aí vinha, esperando ansiosamente para saberem onde seriam colocados. — Hidetaka Sarutobi e Hidoíto Akimichi, vocês serão os meus guardas. Acompanham-me desde o início e já provaram muitas vezes o vosso poder, sendo superiores a qualquer outra pessoa na vila. Serão também os meus conselheiros, dada a vossa experiência e sabedoria e, portanto, farão parte do conselho da vila e das decisões importantes que a vila tiver de tomar. — anunciou então em primeiro lugar os seus guardiões. Os homens com o segundo cargo mais alto da vila a seguir a ele. Hidetaka Sarutobi, um anterior membro de Konoha, conhecido pelo mestre de todos os elementos, dado saber usar com bastante habilidade todos os elementos primários. Tem cabelos castanhos e pequenos olhos pretos. Hidoíto Akimichi, um homem enorme, extremamente forte e resistente. Ele tinha quase dois metros de altura e pesava mais de cem quilos. Cabelo curto e castanho, a cair espetado para a frente da sua testa. Olhos e barba igualmente castanhos, mas a barba enorme e cuidada, pontiaguda nas pontas. — Os irmãos Kedōin, Yasu e Susumo, vocês integrarão a ANBU da vila, serão os primeiros ninjas da mesma dada as vossas habilidades e terem qualidade suficiente para serem considerados Jounnins de Elite. Para além disso, neste momento, vocês serão os responsáveis pela equipa de reconhecimento e infiltração da vila, assim como pela barreira defensiva que esta vila terá e ainda será planeada e discutida. — continuou então adicionou mais um cargo e as respetivas funções. Os irmãos Kedōin eram sobreviventes desse mesmo clã e que possuíam as habilidades de copiar toda a aparência física de alguém, inclusive a sua voz e cheiro. Ninguém sabia se a aparência que eles usavam era a verdadeira, mas todos queriam acreditar que sim dado que eles juravam que não estavam a imitar ninguém. Yasu é uma jovem adulta com longos cabelos verdes escuros e tem um belíssimo rosto que fica tapado por uma máscara preta. Susumo é o gémeo de Yasu, um jovem adulto de cabelos ruivos e olhos cinzentos. — Saionara, você será uma Jounnin, mas as suas principais funções serão relativas à medicina. Será a líder do esquadrão médico também. Para além disso, dados os seus conhecimentos científicos, você será responsável por ensinar estas crianças sobre as mais diversas matérias, mas, não se preocupe, terá ajuda. — prosseguiu anunciando o cargo da jovem garota que tinha as talentosas habilidades de uma ninja médica. — Ryotaro Sasaki e Daichi Minami, vocês serão Jounnins também e serão responsáveis pela segurança da vila, sendo os responsáveis pelas forças policiais e militares das mesmas, assim como por todo o patrulhamento da mesma. — continuou. — Takafumi Hamada e Kento Matsumoto, vocês serão também Jounnins e ajudarão Saionara com o desenvolvimento dessas crianças, passando-lhes os devidos ensinamentos. Eu também as acompanharei muitas vezes, certamente. — prosseguiu, finalizando todos os cargos, a começar do topo até Jounnin, faltando apenas os cargos de Chunnin e de Gennin. Takafumi Hamada era um jovem homem que já acompanhava Kiichi quase desde o início e que era também proveniente de Konoha, tem cabelos curtos e castanhos que chegam aos ombros e olhos cor de ônix, com vincos visíveis abaixo deles. Kento Matsumoto é também de Konoha, mas apenas apareceu no acampamento logo após ele já estar estabelecido, há cerca de quatro anos. Tem cabelos espetados, um cavanhaque e olhos escuros. — Todos os outros que não foram mencionados e são ninjas, serão considerados Chunnin. E estas crianças que fazem parte da vila serão os nossos Gennins, daqui a uns anos. Todos os outros que não sabem lutar como ninjas, por favor, deixem-nos saber do que são capazes e quais as vossas habilidades. Todos sentir-se-ão úteis, sejam construtores ou alfaiates, em breve teremos muitas necessidades para a vila, para os nossos ninjas e para todos nós. — continuou, quase terminando o seu discurso, mas ainda haviam mais algumas coisas a dizer, de forma a que fosse possível finalizar todo aquele maravilhoso discurso. — Aos ninjas, só tenho mais uma coisa a dizer. Não sejam gananciosos ou egoístas, somos pequenos, mas queremos ser grandes e para isso precisamos de ser unidos. Partilhem as vossas habilidades e experiências uns com os outros, ensinem as vossas técnicas uns aos outros, treinem juntos para que possamos ficar ainda mais fortes. Certamente alguém saberá algo que outros não saberão. Nem todas as técnicas poderão ser ensinadas, mas as que puderem, façam-no, é uma ordem. — conclui então o seu discurso, sendo aplaudido e tendo o seu nome gritado por todos. Contudo, no meio da gritaria e dos aplausos, surgiu, vindo da plateia, uma pergunta que era óbvia, mas ninguém se tinha lembrado. — Então você será o Shodaime Eienkage? — perguntou uma senhora no meio da multidão. Muitos ficaram surpreendidos com a pergunta e aguardavam ansiosamente pela resposta, encarando o líder. — Não, o Shodaime Eienkage deverá ser uma destas crianças. Eu serei apenas o líder fundador e liderarei enquanto eu puder. — respondeu. Todos ficaram surpresos, mas não havia porque não concordar. Aquela decisão fazia todo o sentido. Todos aplaudiam e voltavam a gritar o nome do líder que era um homem de bom coração e de uma humildade enorme. — Aproveitem o resto da manhã para celebrar, à tarde começaremos os trabalhos. — finalizou, virando a sua cadeira para trás e dirigindo-se para a tenda onde aqueles meninos ficavam. Eles pareciam um pouco assustados novamente, com todo o barulho e toda aquela gente. Talvez voltarem para o sítio onde se sentiam seguros não fosse má ideia.

Nota: Amanhã, eu acho, atualizarei este tópico com as personagens já apresentadas e algumas informações adicionais sobre elas.

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