Naruto Fase X :: Vilas :: Vila Oculta da Folha :: Passeio
Zhao
"Será mesmo o fim?"
"Será que eu nunca conseguirei ajuda e ficarei cego para sempre? Serei sempre esse estorvo?"
Pensava enquanto se perdia na própria escuridão de seu olhar e na profundidade em que suas sensações estavam amplificadas desde que sua visão se ausentara. O homem seguia em sua conexão com a natureza tentando localizar árvores frutíferas que pudessem lhe fornecer alimento.
Perdido em seus pensamentos que fluíam bagunçados Zhao era iluminado por uma percepção densa que vinha do fundo de sua mente e lhe dizia que talvez a conexão que estava sentindo com a floresta não viesse de algo místico mas sim vinha dos seus outros sentidos, o Uchiha sempre fora tão apegado a sua visão que mau se tocava que talvez suas conexões com os outros sentidos estivessem ficando cada vez mais fortes.
Zhao
"Olfato, Tato, Paladar e Audição"
Repassava o Uchiha em sua mente tentando focar sua busca pelo riacho e unir seus sentidos em uma sensação de sonar provocada pela junção de olfato e paladar. Abaixava-se momentaneamente e tirava seus sapatos para sentir melhor a grama tocar a planta de seus pés e armazenar na memória a sensação do toque enquanto tentava ouvir o barulho da água e sentir o cheiro de terra molhada que teria as margens do riacho.
Depois de pegar o peixe montaria com sua própria madeira uma pequena fogueira com suportes aonde poderia assar o peixe usando seu próprio estilo fogo para acendê-lo. Sem poder fazer selos, o jovem tentaria fazer uma versão reduzida do jutsu bola de fogo aonde apenas a faísca necessária para fazer a fogueira acender.
Enquanto o peixe assava, Zhao lembrava-se dos fatos ocorridos em Bandópolis e os reunia aos fatos que lhe ocorriam ali naquela floresta e a sensação de não pertencer a linhagem dos dois clãs que fora uma pergunta recorrente em sua mente, de repente começavam a fazer sentido. Durante toda sua vida e principalmente depois da morte precoce de seu pai, se dedicara quase que inteiramente ao seu poder ocular para fazer de si o mais forte entre os Uchihas da história.
O garoto precisara perder a maior marca e símbolo dos Uchihas para entender que o poder que tanto buscava não viria de sua busca ou de uma jornada desesperada por poder mas do entender que não bastava ter o sangue mas sim pertencer realmente a ambos os clãs, ser Uchiha mas não deixar de ser Senju. Ser parte Ashura mas também parte Indra, Zhao precisava compreender o dom e o equilíbrio de ambos os clãs, a bondade vindas dos Senju e o ódio vingativo que permeava e manchava o caminho do clã.
Pensava tudo aquilo enquanto acompanhava o preparo do peixe apenas usando a força de seu olfato. Não era possível saber se era noite ou dia mas a fome permeava o Jounin que comia o peixe com empenho tentando se lembrar qual fora sua última refeição decente nos últimos dias e aproveitando para testar seu paladar e sentir exatamente o sabor do peixe.
Ao seu lado, um peixe, espetado pelo Mokuton, permanecia vivo de sua metade para cima, mas logo viria a morrer por esse fato.
Zhao observava o mundo fluir ao seu redor enquanto comia e um fato lhe chamava atenção ao seu lado, um peixe espetado que ainda estava vivo se debatendo em meio a lança que o ceifava, o jovem pegava o espeto e removia o peixe o colocando no solo ao seu lado. O garoto encarava a lança mesmo sem poder vê-la, mas sabia exatamente aonde estava:
Zhao
--Para entender o verdadeiro sentido da vida, primeiro é preciso provar um pedaço da morte.
Zhao se levantava agora mais alimentado e tentava imaginar o quão afiada era a lança enquanto começava a andar de volta para a vila:
Zhao
"Se eu cair em algum lugar próximo a estrada alguém irá me encontrar e talvez me levem até Sayuri e ela me trará de volta. Se não, deixarei de ser um estorvo cego finalmente."
Após chegar próximo o suficiente da estrada o garoto apertava a lança um pouco tenso próximo ao abraço da morte, respirava fundo enquanto o suor frio escorria na sua testa, se ajoelhava e buscava em sua mente suas memórias mais felizes, os treinos com seu pai, o primeiro encontro com Sayuri, as conversas com seu irmão ingênuo Hizushi. Respirava fundo mais uma vez e tomando coragem perfurava um ponto entre suas costelas que o garoto sabia dar passagem a seus pulmões. Fracamente se levantaria e continuaria sua peregrinação em direção de volta a vila até que sua consciência se esvaísse e seu corpo caísse ao solo esperando ser encontrado por alguém em algum momento.
(...)
O Senju acorda numa cama de hospital. Não sabia há quanto tempo estava ali, mas seu ferimento já estava totalmente fechado. Sua percepção do mundo praticamente não existia mais. Ele estava cego e não sentia nada ao redor. Seus ouvidos eram como os de uma pessoa qualquer, atenta o suficiente para captar alguma frequências, e o mesmo valia para seus outros sentidos.
Zhao
"Não sei mais o que fazer"
Zhao
--Pode chamar meu pai por favor?
Dizia para qualquer um que pudesse ouvi-lo naquela sala, pois por algum motivo a imagem do peixe não saía de sua memória. Talvez compreendera errado aquele sinal mas vendo de uma forma diferente aguardaria seu sábio pai chegar até o quarto para lhe trazer algumas demandas:
Zhao
--Pai, estive com os Yordles alguns dias atrás e lá pude meditar mais intensamente.
--Nisso eu percebi que não como eu imaginava, eu não era duas partes completas de um todo mas sim 2 metades incompletas de ambos.
--Um peixe perfurado ainda vivo em uma metade morre em consequência disso, foi o que eu vi na floresta. E não sei como vi, mas vi.
--Isso quer dizer que eu preciso abrir mão de um pra me tornar completo com o outro?
--Como faço isso, não tenho ideia do que fazer mais.
Tatsu:
- E não foi isso que aconteceu?
- Sem seus olhos, o que te faz um Uchiha?
- Seu sangue? Seu nome?
- Se acha que é seu sangue... até os insetos podem tê-lo.
- Nome?! Há!... mesmo que um pai batize o filho de Hagoromo Otsutsuki isso não fará dele um Deus Shinobi.
(SUSPIRAVA UM TANTO ARREPENDIDO DE SUAS PALAVRAS PESADAS)
- Não vou perguntar o porquê de ter tentado se matar...
- Mas achei que fosse meu filho... e não vejo razão pra ter se tornado um estorvo sendo O MEU FILHO.
O vento zunia alguns segundos depois. O silêncio voltava a imperar no quarto.
--Eu sou filho dela também.(Dizia lembrando-se de sua mãe há muito tempo desaparecida)
--Eu queria testar uma hipótese e afinal não tinha mais nada a perder
--Prefiro abrir mão da minha vida do que viver como um cego inútil.
--O que faz de mim um Senju? Eu nem sou tão bom assim com o mokuton e mesmo isso eu só adquiri com um treinamento intenso e uma grande ajuda de Akhiro.
--Eu não consigo compreender o que fazer, como se livrar dessa maldição permeando meus olhos
--A vida me dá sinais e eu posso percebê-los mas não consigo compreender.
Zhao falava com seu pai agora já em um tom bem mais desesperado se sentindo perdido:
Zhao
--Ela me carregou por 9 meses e sempre soube que meus olhos seriam grandiosos.
--Nem ao menos ela pode vê-los uma vez na vida e talvez nunca mais os veja.
--Eu saí daqui em busca de um poder maior para pacificar o mundo e agora eu sou um cego sem um braço que sequer pode garantir a segurança das pessoas dessa vila, talvez nem a minha própria.
Zhao
--Talvez eu tenha que tirar uma lição disso, pai, traga-me a Sayuri até aqui.
Pensava nos momentos e grandes sensações que sentia na floresta quando tentava compreender o sentido das coisas e agora renunciando a vida e perdendo ainda mais sentidos, o garoto precisava apegar-se a algo maior e o maior que sentia em seu íntimo era o sentimento pela sua esposa e lhe diria assim que ela chegasse:
Zhao
--Você se lembra quando eu cheguei aqui? Com raiva, confuso e procurando pelo Hizushi pra descobrir que ele estava morto e buscar uma vingança insaciável daqueles homens que lhe ceifaram a vida.
--Depois voltei com o corpo dele e os olhos mudados, me aproximei do seu pai e jurei servi-lo.
--Com isso conheci você e me tornei o ninja mais feliz do mundo, viver nossa vida juntos e sentir seu cuidado fez de mim menos amargurado.
--Foi egoísta da minha parte ter ido embora e o único motivo de ter me ferido foi por que eu sabia que você não me deixaria morrer.
--Você perdeu seu pai e eu sequer fiquei aqui pra te dar forças, mas agora eu vou ficar pois afinal tudo que ainda me resta é o seu amor.
--Meu pai me disse que me fazia Uchiha eram meus olhos, mas muito pelo contrário, quem entende minimamente o que significam esses olhos percebe que o que sempre fez dele poderoso foi a força do amor.
--Mas os Uchihas sempre precisaram sofrer e nunca entenderam isso, o clã mais odiado é o clã que mais amou...E eu te amo Say...
"Velho cuzão, não vou depender mais de ninguém. Andarei sozinho."
Zhao tentava se lembrar exatamente o local do qual saíra e aonde era sua cama e andava tateando tentando encontrá-la como seu referencial, da mesma forma continuava seguindo pelo quarto decidido a enfrentar sozinho sua cegueira e encontrar uma porta para sair pros corredores de sabe-se lá aonde o jovem estava.
PESSOA(01):
- Aquele é o Uchiha que fugiu da guerra?
PESSOA(02):
- É ele mesmo...
- Ainda tentou se matar no portão da vila, ao invés de simplesmente morrer numa vala na floresta.
- Agora a gente é forçado a cuidar dele...
- Nem ninja ele é... ainda abandonou o Hokage quando ele mais precisou.
PESSOA(03):
- Dizem que ele quase causou uma guerra com os insurgentes de Kumogakure.
- Entrou no País alheio como se fosse dele.
- Dizem que foi assim que ele ficou cego e perdeu o braço.
PESSOA(02):
- Bem feito... essa escória.
- Covardes merecem bem mais do que isso.
PESSOA(03):
- Mas ele é um Uchiha, né?
PESSOA(02):
- Era...
- Agora ele não é nada.
- Espero que ele caia da escada e livre a vila dos gastos com ele.
(...)
- Nem a esposa, nem o pai dele suportaram ficar na presença dele.
- Espero que o Tatsuo-sama o jogue logo pra fora da vila por traição.
Zhao
--Vocês sabem que a deficiência de uma pessoa cega é a visão, certo? Minha audição continua excelente.
--Vocês também não deveriam falar de assuntos os quais não cabem a vocês, algum de vocês estava comigo em Kumo?
--Algum de vocês esteve comigo e com o Hokage antes da minha partida?
--O melhor de tudo é que quando um gato perde as unhas e os dentes, os ratos ousam importuná-lo.
--Sou discípulo de dois Hokages e protegi essa vila enquanto pude, deveriam mostrar um pouco mais de respeito ou então torcer para que eu nunca mais recupere a visão.
--Eu sempre serei um Uchiha.
--Vou para a escada agora...
Dizia ironicamente ainda tateando tentando encontrar uma forma de seguir procurando a tal escada para se provar e descer degrau por degrau tentando se superar e mostrar a todos que ainda era capaz.
Ele volta ao hospital, cego e ouvindo muito pouco, sua voz e tato também estavam tão ínfimos que ele mal conseguia gritar ou sentir o ar-condicionado do prédio. O Senju estava morrendo.
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